Por Club Pos
15 de setembro de 2025
*Teoria do Conhecimento: fundamentos e correntes
A teoria do conhecimento investiga a natureza, a origem e a validade do saber, abordando questões como a relação entre sujeito e objeto, a possibilidade do conhecimento e suas limitações. Entre as principais correntes estão o empirismo, que valoriza a experiência sensorial, e o racionalismo, que destaca o papel da razão, além do realismo, idealismo, dogmatismo e ceticismo, cada um oferecendo respostas distintas sobre como o ser humano compreende a realidade e a verdade.

A TEORIA DO CONHECIMENTO
A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo é usado ainda como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.
Conceito
A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento.
Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes.
1. O que é o conhecimento?
2. Como nós o alcançamos?
3. Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?
Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia.
Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem correntes que tentam explica-las:
I – O conhecimento como problema,
II – Origem do Conhecimento e
III – Essência do Conhecimento e
IV – Possibilidade do Conhecimento.
Veja abaixo as principais correntes e seus representantes:
A) O Conhecimento Quanto à Origem
• Empirismo
“O empirismo pode ser definido como a asserção de que todo conhecimento sintético é baseado na experiência.”
(Bertrand Russell).
Conceitua-se empirismo, como a corrente de pensamento que sustenta que a experiência sensorial é a origem única ou fundamental do conhecimento.
Existe no empirismo divergência de pensamentos chamadas de linhas empíricas, sendo elas:
a) a integral,
b) a moderada e
c) a científica.
• Racionalismo
É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo, pois, os fatos não são fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”.
Um dos grandes representantes do racionalismo, Gottfried Leibniz.
Ainda retratando o pensamento racionalista, encontramos Reneé Descartes.Esses dois pensadores podem ser classificados como representantes do racionalismo ontológico.
Existe também uma outra linha racionalista, originada de Aristóteles, denominada intelectualismo. Hessen é um desses adeptos. Por fim, devemos citar uma ramificação do racionalismo que alguns autores consideram autônoma, que é o Criticismo cujo maior representante é Immanuel Kant.
B) O Conhecimento Quanto à Essência
• Realismo
O realismo é subdividido em três espécies.
a) O realismo ingênuo,
b) o tradicional e
c) o crítico.
• Idealismo
Surgiu na Grécia Antiga com Platão, alguns autores entendem que a doutrina platônica poderia ser vista como uma forma de realismo, pois para eles, o idealismo “verdadeiro” é aquele desenvolvido a partir de Descartes.
O que interessa à Teoria do Conhecimento, é o idealismo imanentista. Sintetizando, o idealismo é a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou reduz o conhecimento à representação ou ao processo do pensamento mesmo, por entender que a verdade das coisas está menos nelas do que em nós, em nossa consciência ou em nossa mente, no fato de serem “percebidas” ou “pensadas”.
Dentro dessa concepção existem duas orientações idealistas.
a) Uma é a do idealismo psicológico ou conscienciológico, onde o que se conhece não são as coisas e sim a imagem delas. Seus representantes são Hume, Locke e Berkeley.
b) A outra é a orientação idealista de natureza lógica, que parte da afirmação de que só conhecemos o que se converte em pensamento, ou é conteúdo de pensamento. Seu maior representante, Hegel.
C) Possibilidade do Conhecimento
Essa parte da teoria do conhecimento é responsável por solucionar a seguinte questão:
Qual a possibilidade do conhecimento?
Para que seja possível respondê-la, muitos autores recorrem a duas importantes posições:
a) o dogmatismo e
b) o ceticismo.
• Dogmatismo
Existem duas espécies de dogmatismo:
a) o total que encontramos em Hegel a expressão máxima desse tipo de dogmatismo, pois, existe em suas obras uma identificação absoluta entre pensamento e realidade. Como o próprio autor diz “o pensamento, na medida em que é, é a coisa em si, e a coisa em si, na medida em que é, é o pensamento puro”.
b) parcial onde alguns dogmáticos parciais se julgam aptos para afirmar a verdade absoluta no plano da ação. Entretanto, outros somente admitem tais verdades no plano especulativo.
Daí origina-se a distinção entre dogmatismo teórico e dogmatismo ético.
1. O dogmatismo ético tem como adeptos Hume e Kant e o
2; Dogmatismo teórico, Blaise Pascal.
• Ceticismo
Há no ceticismo – assim como no dogmatismo – uma distinção entre absoluto e parcial, ressaltando que este último não será discutido nesse trabalho.
O ceticismo absoluto é oriundo da Grécia e também denominado pirronismo. Um dos representantes do ceticismo de maior destaque na filosofia moderna é Augusto Comte.
Resumo dos principais problemas da Teoria do Conhecimento:
A questão do conhecimento:
Para compreender a si mesmo e o mundo os homens querem entender a sua própria capacidade de entender.
Sujeito e objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento
– Conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos).
As possibilidades do conhecimento: O ceticismo prega a impossibilidade de conhecermos a verdade. O dogmatismo defende a possibilidade de conhecermos a verdade.
Ceticismo absoluto: Tudo é ilusório e passageiro. Consiste em negar de forma total nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, o homem nada pode afirmar, pois nada pode conhecer. Ao dizer que nada é verdadeiro, o ceticismo absoluto anula a si próprio, pois diz que nada é verdadeiro, mas acaba afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro.
O ceticismo relativo: Nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
Dogmatismo: É uma doutrina que defende a possibilidade de conhecermos a verdade. Dogmatismo ingênuo: Consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso conhecimento.
Dogmatismo crítico: Acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência.
Empirismo: Defende que todas as nossas idéias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato e paladar).
Racionalismo crítico e materialismo dialético: A experiência e o trabalho da razão depositam total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade.
Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa. Com a experiência da verdade, há conseqüentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida.
Metodologicamente, há primeiro o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza.
Tal tomada de posição perante o primeiro problema da critica é chamado dogmatismo.
Sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo: Aristóteles e Tomás de Aquino.
Pois bem, divirtam-se! Material para explorar é o que não falta! :)
Teoria do conhecimento