Por Club Pos

23 de abril de 2025

*"A Bíblia como Espelho da Alma: Os Arquétipos que Habitam em Nós"

O texto explora como os personagens simbolizam símbolos simbolizamio universal da humana, dúvida a desde Tomé a sora de filho pródigo. A Bíblia, longe de ser um relato, histórico é a apresentar como um mapa simbólico da jornada interior de cada indivíduo.

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Todos nós temos um anjo dentro de nós, um ser de pureza e virtude…

Todos nós temos um demônio dentro de nós, um aspecto egoísta e cruel…

Todos nós temos um fariseu dentro de nós, um hipócrita que quer projetar uma imagem falsa de santidade e sabedoria….


Todos nós temos um Pedro dentro de nós, que na hora da dificuldade, negou Jesus para se salvar…


Todos nós temos um jovem rico dentro de nós, que não quer abrir mão dos luxos e riquezas materiais para encontrar a paz do Reino de Deus…

Todos nós temos um Tomé dentro de nós, que é incapaz de ter fé sem ver e tocar…


Todos nós temos um Pilatos dentro de nós, que lava as mãos quando deveria se posicionar pelo justo…

Todos nós temos um Paulo dentro de nós, que já perseguiu o bem por ignorância, até ser cegado pelo brilho da Verdade…


Todos nós temos um filho pródigo dentro de nós, que em busca de liberdade se afastou da casa do Pai, e só depois, em meio aos porcos, sentiu saudade do amor divino…

Todos nós temos um Abraão dentro de nós, que já foi chamado a deixar tudo para trás e seguir pela escassez do deserto apenas pela fé…


Todos nós temos um Moisés dentro de nós, que já duvidou da própria missão e quis recuar diante da responsabilidade e grandeza do chamado…

Todos nós temos um Caim dentro de nós, que já sentiu inveja do irmão e quis ser o centro do altar…


Todos nós temos uma mulher samaritana dentro de nós, que já procurou matar a sede em fontes que nunca saciavam, até encontrar a água viva…

E por fim, todos nós temos um Cristo dentro de nós… ainda adormecido, mas presente… esperando o momento de se levantar, vencer a morte interior, e renascer em luz.


Todos os personagens da Bíblia simbolizam aspectos que cada pessoa tem dentro de si.

Eles representam nossas imperfeições, nossos medos, nossas angústias, nossos desejos.

As estórias da Bíblia não devem ser encaradas de forma literal, concreta

Mas sim como espelhos da alma humana, retratos simbólicos da nossa jornada interior. Cada personagem, cada episódio, cada milagre ou queda representa uma parte de nós… um estado de consciência, um conflito interno, um passo da caminhada espiritual.


A Bíblia, quando lida com os olhos do coração, torna-se um mapa da alma.

Não é um livro de histórias passadas, mas de verdades presentes.

Não fala apenas de reis, profetas, discípulos e pecadores de outros tempos, mas de nós mesmos… aqui e agora.

Os acontecimentos não são exteriores, mas interiores; não são concretos, mas dinâmicas psíquicas.


Dessa forma, a Bíblia é um guia, uma luz do caminho de cada um de nós.

Se vamos negar Jesus, como fez Pedro, ou se vamos defender a verdade, mesmo que isso nos prejudique.

Se vamos fugir do chamado, como Jonas, ou se vamos dizer “Eis-me aqui”, como Isaías.


Se vamos endurecer o coração como o Faraó, ou deixar-nos moldar pelas mãos do Oleiro, como o barro nas parábolas do profeta.

Se vamos viver apenas das aparências religiosas, como os fariseus, ou deixar que o templo verdadeiro se construa dentro de nós.


Se vamos ser como o jovem rico, presos ao que é passageiro, ou como o bom ladrão, que mesmo no último instante escolheu o eterno.

A Bíblia não é literal… ela é simbólica. Ela simboliza a vida de cada um de nós, agora, mostrando o caminho.


Ela não deve ser lida com a mente… mas com a alma.

As narrativas bíblicas, com seus personagens multifacetados, espelham nossos próprios defeitos, virtudes, medos e intolerâncias.

A insegurança de Moisés diante da liderança, a negação de Pedro no momento de provação, a dúvida de Tomé diante do desconhecido, a luta do jovem rico com o desapego material.


Todas essas situações ressoam com os desafios que enfrentamos em nossa jornada pessoal.

Ela fala da queda e da redenção, do erro e do arrependimento, da ignorância e do despertar.

Não é apenas o relato de um povo antigo, mas a narrativa íntima de cada alma em busca da verdade.


As histórias apontam para a possibilidade de superar nossos medos, transformar nossas intolerâncias em compreensão, e encontrar a riqueza eterna que reside em nosso interior, muito além do material.

Cada capítulo, cada versículo, é um espelho onde podemos nos ver… frágeis, divididos, mas também repletos de faculdades latentes.


O Gênesis não é só o princípio do mundo, é o início da nossa consciência.

O Êxodo é a libertação interior da escravidão do medo e do passado.

Os Salmos são os clamores da alma em angústia, mas também os cânticos de fé em meio à escuridão.


Os Evangelhos são o nascimento da luz dentro de nós, e o Apocalipse, o desvelar do que está oculto… a revelação final de quem realmente somos.

Portanto, a Bíblia é simbólica porque a verdade mais profunda não pode ser dita de forma direta, ela precisa ser sentida, intuída, vivida.


Por isso ela fala por imagens, por parábolas, por personagens que representam nossas lutas e escolhas.


Assim, ela não nos dá respostas prontas, mas nos convida à transformação.


(Hugo Lapa)

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